Cronicando: O que realmente importa?


Outro dia acordei com vontade de conquistar o mundo. Coloquei a mochila nas costas e saí rumo ao horizonte.
Corri o mais rápido que pude, fixando a ideia de quanto mais rápido chegar, melhor.
Foram dias em alta velocidade, porém aprendi que sou humana. E que todo ser humano uma hora se cansa.
Diminuí o ritmo (contra a vontade, vale ressaltar). Mas parar, nunca!
Continuei por um tempo com uma caminhada apressada, focando no alvo, no ouro do fim do arco íris!
Mas já estava esgotada e fui obrigada a parar.

Estacionei meu corpo exausto na beira do caminho e pude observar ao meu redor. Eu não havia notado o quanto a estrada estava cheia. Haviam pessoas de todos os jeitos. Apressadas, exaustas, correndo.. Algumas já sentadas como eu. Todas insatisfeitas. Algumas nem haviam percebido a infelicidade que estava em seus rostos. 
Haviam outras caminhando devagar também. Essas demonstravam certo cansaço vez ou outra, mas também tinham um brilho diferente. Estavam sempre atrás dos que corriam, mas os alcançavam e até ultrapassavam pois os que corriam precisavam parar com mais frequência.

Pude notar também a beleza da estrada. Não havia tido tempo pra reparar nisso até parar um pouco. Descobri que parar de vez em quando não é tão ruim!

Me senti um pouco sozinha. Notei que minha família e meus amigos não estavam me acompanhando, e isso me deixou muito chateada! Será que eles não se importavam comigo? Me deixaram caminhar sozinha!
Eu estava sendo injusta. A verdade é que eu não havia deixado um espaço pra eles nos meus planos. Nem sequer os convidei pra entrar nessa comigo. Não lembro de ter ouvido opiniões ou conselhos, mas sei que certamente eles os deram; eu que não dei atenção à eles. Percebi que sou egoísta, e que tudo precisa ser observado de vários ângulos antes de formar uma opinião. No fim, eles que tinham motivos para se chatear comigo...

A essa altura eu já nem queria mais seguir o caminho. Estava cansada, com fome, infeliz. Estava sozinha, triste e arrependida. O pote de ouro já não era tão atraente. Como aquilo mudaria o que eu estava sentindo? 

Foi quando me levantei e vi muitos rostos conhecidos. Família e amigos se aproximando, dizendo que eu corri rápido demais, que eles não conseguiam me alcançar. Ali eles estavam! Dispostos a seguir comigo, a me ver vencer!

Isso me animou! Me fez esquecer as tristezas e respirar aliviada. Descobri que a empolgação não vinha da promessa da recompensa, mas da alegria de quem me ama, da fé que eles tem em mim. 

Levantei em outro ritmo, outra realidade! Eles trouxeram o que eu precisava! Estava tudo ali!

Decidi seguir em frente! Mas já não foco apenas no fim da estrada, não. Me permito enxergar as belezas do caminho pois recolhi mais tesouros durante esse curto percurso do que jamais haverá em pote de ouro nenhum!


*Praia Vermelha - Penha/SC. Pegadas Rafa, Nick e eu. Foto tirada durante a melhor viagem que fizemos até hoje. Ago-2014. Caminharei sempre junto à vocês!

7 comentários:

  1. As vezes as pessoas não nos deixam cair de propósito, elas só desprendem a mão para conseguirmos aprender a caminhar.
    www.hicultura.com

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  2. Que texto bonito, moça! Você escreve divinamente. :)

    http://filtrodepapelmanchado.blogspot.com.br

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  3. Obrigado, Jú, por tal reflexão de vida! Palavras inspiradoras!
    Parabéns!

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    1. Eu que agradeço o tempinho gasto com meu tempo!!! Muito grata, teacher!!! =)

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